Aprender a sentir
Talvez por estar a chegar ao fim de uma etapa, que só termina após obrigatória reflexão relativa não só ao ano de estágio mas a todo o curso, certas questões têm andado a pairar e algumas vão passando de interrogações a convicções.
Longe de mim comparar formações ou defender que certos “níveis” de crescimento pessoal só se atingem por um determinado curso. Para um mesmo fim existem vários caminhos diferentes, da mesma forma que o mesmo percurso pode ter produtos distintos.
A discussão tem andado presente em conversas de amigos, e até em formatos semelhantes em blogs próximos* ... Poderá um curso de psicologia marcar a diferença?
Longe de mim comparar formações ou defender que certos “níveis” de crescimento pessoal só se atingem por um determinado curso. Para um mesmo fim existem vários caminhos diferentes, da mesma forma que o mesmo percurso pode ter produtos distintos.
A discussão tem andado presente em conversas de amigos, e até em formatos semelhantes em blogs próximos* ... Poderá um curso de psicologia marcar a diferença?
Não chegaria ao ponto de responder com um SIM redondo, porque como se sabe cada caso é um caso e o que cada pessoa retira da experiência é variável e depende da forma como se envolveu e investiu no processo. Mas assumo claramente que há certas dimensões em que o crescimento é obrigatório, e penso que é de acordo geral que as competências necessárias para se ser psicólogo diferem em muito das de um engenheiro ou de um biólogo marinho. E essas competências de que falo, mais do que conhecimentos técnicos ou teóricos de que nos podemos “despir” no fim do “expediente”, são saberes, emoções, valores, aptidões, sensibilidades que se ganham e passam a fazer parte do nosso EU, a todo o instante - não fosse o principal instrumento de trabalho de um psicólogo ele próprio!
Não estou com isto a dizer que passamos a ser perfeitos, ou a agir com os outros e connosco da forma que sabemos ser a mais construtiva (entre o saber e o fazer existem as emoções, que muitas vezes nos atraiçoam, mas sem as quais a vida não teria o mesmo colorido!) Também não quero dizer que ganhamos “lentes” com poderes paranormais e que desatamos a avaliar e a psicologizar tudo o que nos aparece à frente. Desenganem-se os confiantes que vêm pedir conselhos SOS ou os receosos que nem se aproximam porque temem uma avaliação raio x assim do estilo vidente!
Não é disso que falo. Refiro-me ao crescimento a que somos levados ao longo destes anos (e que sei que continuará), que nos “obriga” à reflexão acerca das complexidades da vida emocional, a um maior auto conhecimento, à compreensão do impacte que os nossos actos e pensamentos têm naqueles que nos rodeiam, ao saber comunicar, escutar, compreender e ESTIMAR os outros.
Não defendo que constituímos uma “espécie” distinta, apenas que somos levados a passar por um processo de “educação emocional” (que alguns desenvolvem por outras vias, em familias ou outros elementos significativos que o potenciem), que deveria ser estimulado em TODOS, logo desde muito cedo, por ser uma capacidade tão essencial como saber ler ou escrever . Talvez a nossa sociedade fosse diferente se isso acontecesse. Acredito que seria mais pacífica, mais justa, mais saudável.
Porque deixariam de existir tantos egoísmos e centrações no umbigo próprio e passaria a ser mais fácil atingir o que considero ter sido a minha maior aprendizagem - a capacidade se colocarem no lugar do outro, GENUINAMENTE! A não julgar, a respeitar, a apreciar e cuidar dos outros.
Desculpem-me o desabafo mas estou farta de pessoas que nem param para pensar no que sentem, na forma como agem, no que andam por cá a fazer.
Não estou com isto a dizer que passamos a ser perfeitos, ou a agir com os outros e connosco da forma que sabemos ser a mais construtiva (entre o saber e o fazer existem as emoções, que muitas vezes nos atraiçoam, mas sem as quais a vida não teria o mesmo colorido!) Também não quero dizer que ganhamos “lentes” com poderes paranormais e que desatamos a avaliar e a psicologizar tudo o que nos aparece à frente. Desenganem-se os confiantes que vêm pedir conselhos SOS ou os receosos que nem se aproximam porque temem uma avaliação raio x assim do estilo vidente!
Não é disso que falo. Refiro-me ao crescimento a que somos levados ao longo destes anos (e que sei que continuará), que nos “obriga” à reflexão acerca das complexidades da vida emocional, a um maior auto conhecimento, à compreensão do impacte que os nossos actos e pensamentos têm naqueles que nos rodeiam, ao saber comunicar, escutar, compreender e ESTIMAR os outros.
Não defendo que constituímos uma “espécie” distinta, apenas que somos levados a passar por um processo de “educação emocional” (que alguns desenvolvem por outras vias, em familias ou outros elementos significativos que o potenciem), que deveria ser estimulado em TODOS, logo desde muito cedo, por ser uma capacidade tão essencial como saber ler ou escrever . Talvez a nossa sociedade fosse diferente se isso acontecesse. Acredito que seria mais pacífica, mais justa, mais saudável.
Porque deixariam de existir tantos egoísmos e centrações no umbigo próprio e passaria a ser mais fácil atingir o que considero ter sido a minha maior aprendizagem - a capacidade se colocarem no lugar do outro, GENUINAMENTE! A não julgar, a respeitar, a apreciar e cuidar dos outros.
Desculpem-me o desabafo mas estou farta de pessoas que nem param para pensar no que sentem, na forma como agem, no que andam por cá a fazer.
A cultura fast food está de franchising nos sentimentos e o respeito pelo outro passou de moda...
1 comentário:
Muito bem. Não poderia concordar mais. parece-me que vais dar uma boa psi.
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